Após a leitura do Emílio, de Rousseau, Pestalozzi foi influenciado pelo movimento naturalista e tornou-se um revolucionário, juntando-se aos que criticavam a situação política do país.
Na Universidade de Zurique associa-se ao poeta Lavater num grupo de reformistas. Gastou parte de sua juventude nas lutas políticas mas, em 1781, com a morte do amigo e político Bluntschli, abandonou o partido para dedicar-se à causa da educação.
Casou-se aos 23 anos e comprou um pedaço de terra onde intentou o cultivo de ruiva (Rubia tinctorum – planta herbácea de onde se pretendia tirar um corante) mas, não sendo agricultor, fracassou.
Por este tempo havia feito de sua casa na fazenda uma escola. Escreveu "As Horas Noturnas de um Ermitão" (Die Abendstunde eines Einsiedlers – 1780), contendo uma coleção de pensamentos e reflexões. A este livro seguiu-se sua obra-prima: Leonardo e Gertrudes("Leonard und Gertrud" – 1781), um conto onde narra a reforma gradual feita primeiro numa casa, depois numa aldeia, frutos dos esforços de uma mulher boa e dedicada. A obra foi um sucesso na Alemanha, e Pestalozzi saiu do anonimato

Zurique (Zürich) é a maior cidade da Suíça, localizada ao norte do país. Fala-se alemão
Johann Heinrich Pestalozzi nasceu em Zurique, na Suiça, aos 12 de janeiro de 1746.
Seu pai, Johann Baptist Pestalozzi, era cirurgião, descendente de italianos. Estudou ali mesmo, em Zurique, cursando Filosofia e Lingüistica no famoso Collegium Carolinum. A influência de Jean-Jacques Rousseau foi enorme
A vida de Pestalozzi foi um exemplo fantástico de amor e devoção à educação, entre fracassos sucessivos e uma persistência gloriosa em sua missão de educador.
Seu pai morreu quando ainda era novo, tendo sido criado pela mãe. Na Universidade de Zurique associa-se ao poeta Lavater num grupo de reformistas.
Casou-se aos 23 anos com Anna Schulthess. Em seguida, comprou um pedaço de terra, transformando a propriedade rural de Neuhof em uma escola. No entanto, tão pobre como os meninos que agasalha, reparte com eles o que mal lhe chegava. Em 1780, esgotados todos os seus recursos, teve que fechar a escola.
Nesta época escreveu “As Horas Noturnas de um Ermitão” (The Evening Hours of a Hermit – 1780), contendo uma coleção de pensamentos e reflexões.
A este livro seguiu-se sua obra-prima: Leonardo e Gertrudes (“Leonard und Gertrud” – 1781), um conto onde narra a reforma gradual feita primeiro numa casa, depois numa aldeia, frutos dos esforços de uma mulher boa e dedicada.

Anna Schulthess Pestalozzi, esposa. (Detalhe do quadro na Galeria)
A obra foi um sucesso na Alemanha, e Pestalozzi saiu do anonimato
Os órfãos de Stans

A invasão francesa da Suíça em 1798 revelou-lhe um caráter verdadeiramente heróico. Muitas crianças vagavam no Cantão de Unterwalden, às margens do Lago de Lucerna, sem pais, casa, comida ou abrigo. Pestalozzi reuniu muitas delas num convento abandonado emStans, e gastou suas energias educando-as.
Em um período muito curto de tempo realizou transformações surpreeendentes naquelas crianças órfãs, abandonadas na maior miséria material e moral, que Pestalozzi amou como seus próprios filhos.
Cuidava delas pessoalmente com extremada devoção mas, em junho de 1799, o edifício foi requisitado pelo invasor francês para instalar ali um hospital, e seus esforços foram perdidos.
Em 1799 obteve permissão para manter uma escola em Burgdorf, onde, segundo diziam, utilizava processos com 100 anos de avanço. Permaneceu trabalhando até quando exigiram-lhe a desocupação do Castelo onde funcionava a escola, para nele instalar o governo da cidade. Continuou sua obra no castelo de Munchenbuchsee.
Em 1801 Pestalozzi concentrou suas idéias sobre educação num livro intitulado “Como Gertrudes ensina suas crianças” (Wie Gertrude Ihre Kinder Lehrt). Ali expõe seu método pedagógico, de partir do mais fácil e simples, para o mais difícil e complexo. Continuava daí, medindo, pintando, escrevendo e contando, e assim por diante.
Em Como Gertrudes Ensina Seus Filhos (tradução em espanhol por Lorenzo Luzurriaga - 1927), destacamos:
"É indiscutível que a mania de palavras e livros, que tem absorvido tudo em nossa instrução popular, chegou tão longe que não podemos permanecer por muito tempo como estamos. Tudo me faz acreditar que o único meio de sair deste caos civil, moral e religioso, é abandonar a superficialidade, a fragmentação e a presunção de nossa instrução popular, e reconhecer a intuição como a verdadeira fonte do conhecimento".
No entanto, o termo intuição tem sido interpretado de muitas maneiras, o que pode gerar equívocos. Compayré nos diz que, para Pestalozzi "intuição não é somente a percepção externa dos sentidos. A intuição estende-se às experiências da consciência interna, aos sentimentos e às emoções tanto quanto à sensações."
Em 1802 foi como deputado a Paris, e fez de tudo para fazer com que Napoleão se interessasse em criar um sistema nacional de educação primária; mas o conquistador disse-lhe que não podia perder tempo com o alfabeto.
A Escola de Yverdon

Em 1805 ele mudou-se para Yverdon, no Lago Neuchâtel, e por vinte anos dedicou-se ao seu trabalho continuamente. Ali era visitado por todos que se interessavam pela educação, como Talleyrand, d'Istria de Capo, e Mme. de Staël. Foi elogiado por Humboldt e por Fichte. Dentre seus discípulos incluem-se Hippolyte Denizard Rivail, Ramsauer, Delbrück, Blochmann, Carl Ritter, Froebel e Zeller.
Em 1825, depois de 20 anos de atividade, deixa Yverdon, num clima de graves dissensões internas entre dois colaboradores da obra: Schmidt e Niederer, liderando cada um o seu grupo.
Retorna a Neuhof e, já octogenário, num gesto nobilíssimo, procura empregar todo o dinheiro arrecadado do produto de seus livros na criação de um orfanato para crianças pobres.
Escreveu seu último trabalho: “O canto do cisne”, vindo a morrer em Brugg.
Em seu túmulo, em Birr, lêem-se as seguintes palavras:
Aqui jaz
Henrique Pestalozzi, nascido em Zurique a 12 de janeiro de 1746,
falecido em Brugg a 17 de fevereiro de 1827.
Salvador dos pobres em Neuhof.
Pregador do povo em "Leonardo e Gertrude"
Pai dos órfãos, em Stanz,
Criador da nova Escola Elementar, em Burgdorf e Munchenbuchsee;
em Yverdon, educador da Humanidade.
Homem, cristão, Cidadão.
Abençoada seja a sua memória.
O MÉTODO INTUITIVO
A criança será levada a perceber intuitivamente, ou seja, pela sua própria cabeça, o fenômeno que a atividade lhe apresenta. O educador não vai apresentar definições à criança, mas levá-la a perceber, compreender e sentir o real significado do conteúdo em estudo.
O método intuitivo leva a criança, através da percepção, a chegar à conclusão lógica através da observação, comparação e análise, onde ela vai perceber e sentir a realidade em seu íntímo.
A percepção, para Pestalozzi, tem um sentido global e não se restringe apenas à percepção sensorial. Além dos sentidos, ela atinge o intelecto e o sentimento.
A razão, o sentimento e os sentidos devem ser estimulados simultaneamente. Todas as capacidades interiores se interagem organicamente e precisam ser estimuladas simultaneamente para ocorrer o desenvolvimento integral e harmonioso do ser.
Por exemplo, na atividade em que iniciamos o tema Deus, levamos a criança a um contato direto com a obra Divina, a natureza. Visitamos uma chácara, onde a criança pode caminhar descalça na grama, olhar os pássaros e os animais, sentar debaixo das árvores, comer os frutos, sentir o perfume das flores e explorar os recantos maravilhosos que a natureza sempre oferece. O educador apenas orienta discretamente, deixando a criança vivenciar cada momento.
Pelos sentidos, ela entra em contato direto com a obra Divina, olhando, tocando, cheirando, ouvindo, saboreando...
Pelo intelecto, ela analisa e compara: Deus criou tudo isso... os minerais, as plantas e todos os seres vivos. Somente Deus cria a vida...
Ao mesmo tempo, ela vai sentir o ambiente, perceber o amor de Deus para com suas criaturas, vibrar na mesma sintonia.
Embora tendo utilizado poucas explicações teóricas, apenas as indispensáveis para o momento, a atividade interior da criança foi intensa. A percepção em seu sentido global, ou seja, sensorial, intelectual e afetiva foi acionada e a criança pode perceber, sentir, concluir...
O método intuitivo está intimamente ligado ao desenvolvimento do pensamento intuitivo (vide item 30) e trabalha, ao mesmo tempo com o subconsciente, com a bagagem que o Espírito traz de suas vivências passadas e, com o superconsciente, com a inspiração superior que flui do mais alto e abre caminhos em sua própria razão, ampliando de maneira fantástica sua compreensão da vida, do mundo em que vive e de si mesmo.
Trabalhando ao mesmo tempo com o sentimento, com a inteligência e com os sentidos, estimula o desenvolvimento integral do Espírito, como ser que pensa, sente e age. O método é construtivista em sua essência, mas vai muito além da definição de "construtivismo" pela educação contemporânea, pois atinge também o seu sentido espiritual.
Saber, sentir e querer formam a síntese evolutiva da educação do futuro, a educação que a Doutrina Espírita nos apresenta, e que Pestalozzi já antevia em sua visão de Espírito superior e nobre.
Embora pouco compreendido até hoje, Pestalozzi é o precursor legítimo da Educação do Espírito.
O DESENVOLVIMENTO MORAL SEGUNDO PESTALOZZI
No que se refere ao desenvolvimento moral as idéias de Pestalozzi são semelhantes às de Piaget. Mas vai além, ao identificar o germe de toda a potencialidade e ao entrar no campo fantástico do sentimento e da vibração.
Para Pestalozzi, a moral é o fim supremo da educação, pois o homem é um ser essencialmente moral, pois possui dentro de si mesmo a essência Divina.
Define três estados ou etapas do desenvolvimento moral do homem:
Estado NATURAL ou PRIMITIVO: corresponde à natureza animal, aos impulsos instintivos de sobrevivência e dominação, procurando satisfazer suas necessidades básicas. O homem é egoísta por natureza. Corresponde ao estado primitivo do homem.
Estado SOCIAL: corresponde à moral social, à lei social, ao que se aprende na sociedade. Por necessidade criou-se a sociedade, o governo, as leis, para coibir a manifestação dessa animalidade e garantir ao homem (ainda na animalidade) a satisfação de seus próprios prazeres. Apenas coíbe, impede a manifestação - não transforma os instintos básicos do homem.
Estado MORAL: ao atingir o estado moral o homem é capaz de trabalhar seus instintos animais, transformá-los, canalizar essa força num sentido positivo e é capaz de construir sua própria moral. A moral não vem de fora - é interior. O homem não é apenas um ser animal, ou um ser social. Antes, acima e além de tudo ele é um ser espiritual, é um ser moral por excelência, pois traz a essência Divina em si mesmo.
Facilmente identificamos os estados citados por Pestalozzi com as fases morais de Piaget.
No entanto, Pestalozzi exalta o amor, que é a base sobre a qual assenta toda a sua pedagogia, entrando no campo deslumbrante do sentimento.
Afirma que, através da vibração, do impulso de alguém que se descobriu como ser Divino, que é um ser moral, que já trabalhou ou trabalha suas camadas íntimas, seus instintos elevando-os ao nível do amor, esse é capaz de despertar no educando o amor que ele já possui em si mesmo. O educador contagia, desperta essa essência que se encontra em estado latente.
O papel do educador é despertar essa essência Divina no educando para que ele, uma vez consciente de si mesmo, possa se modificar, trabalhar consigo mesmo e não ser governado ou dirigido por igrejas, instituições ou pelo estado. O educador acende a centelha ou desencadeia um processo através do qual o educando vai atingir a sua autonomia moral, o estado moral, despertando a consciência moral, a essência Divina que existe em si mesmo, como filho de Deus.
O homem que atingiu o estado moral não é aquele que se adaptou a uma sociedade, mas é aquele que constrói sociedades dignas que sintonizam com as Leis Divinas, com o Criador.
Fonte: Pedagogia Espírita
PROBLEMATIZAÇÃO
CONCLUSÃO
GLOSSÁRIO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Biografia e Contribuições de Pestalozzi na Educação Infantil
1. Introdução
No trabalho a seguir apresentar-se a Biografia e as Contribuições de Pestalozzi para a Educação Infantil, pode-se ressaltar que Pestallozi influenciou o movimento escolanovista, que surgiu no final do séc. XIX, incentivava à criança a desenvolver suas habilidades naturais e inatas, de forma que a criança se desenvolve de dentro para fora.
Também tinha uma idéia contrária ao ensino tradicional, destacando que apenas a quantidade de conteúdos para as crianças não se obtinha resultados satisfatórios, e defendia sim que o professor , deveria respeitar os estágios de desenvolvimento da criança, dando atenção às suas aptidões e necessidades, respeitando a sua evolução.
Além disso, destaca-se que Pestalozzi trouxe grandes contribuições para a Educação Infantil, a aprendizagem da criança ficou mais produtiva, pois este acreditava que o amor era imprescindível na educação, dessa maneira, a relação professor x aluno, se tornou uma troca de conhecimentos.
2. Biografia e Contribuições de Pestalozzi na Educação Infantil
2.1 BiografiaJoão Henrique Pestalozzi, nascido em Zurique-Suiça no séc. XVIII (1746). Considerado um grande humanista e pedagogo, cuja Filosofia contribuiu para a educação moderna, que se prolongou até aos nossos dias. A sua ideologia acentuava na educação escolar, como complemento da família e como meio de preparação da educação para a vida.
Podemos dizer que ele psicologizou a educação, pois um século antes do surgimento da psicologia infantil, Pestalozzi descobriu intuitivamente os princípios caracterizadores da educação nova. Posteriormente, a Psicologia confirmou experimentalmente a afirmação do autor, na medida em que diz que o papel parental é fundamental no desenvolvimento da criança.
Ainda hoje o destino afetivo e social do indivíduo resulta da interação física e psíquica entre o sujeito e a família. Pestalozzi, foi assim, considerado mentor e reformador da escola popular.
Os acontecimentos sociais, culturais e políticos que comoveram a velha Europa durante a segunda metade do Século XVIII e as primeiras décadas do XIX, configuram o âmbito histórico dentro do qual surgiu a inteligência e a criatividade pedagógica de João Henrique Pestalozzi, influenciado nas suas leituras sobre Rousseau “Contrato Social e Emílio”.
A subida do capitalismo industrial como forma predominante da produção social, a exaltação dos nacionalismos étnicos, históricos e religiosos e a aspiração de liberdade do romantismo nos campos da vida política e cultural dos povos, a vertente revolucionária capitalizada pela burguesia que desprezava o absolutismo feudal, entre outros fenômenos, forjaram e orientaram a aventura educativa do humanista suíço/alemão.
O pensamento e entrega de Pestalozzi ainda ocupa, nos nossos dias, a atenção de filósofos, psicólogos e pedagogos, devido ao interesse que desperta uma das suas obras educativas mais transcendentes, isto se o julgarmos a partir da profunda influência que alcançou, indo, inclusive, mais além das fronteiras do século XIX europeu, até chegar aos educadores de hoje.
Biógrafos, historiadores e críticos, reconheceram a generosidade e autenticidade dos sentimentos que guiaram as experiências pedagógicas do discípulo de Rousseau, inseridas numa época de profundas mudanças na sociedade e na cultura.
2.2 ContribuiçõesPestalozzi idealizou a possibilidade de libertar o povo e notabilizá-lo pela educação. A sua intenção de auxiliar os oprimidos, foi a razão porque passou a viver entre os camponeses dedicando-se à agricultura na tentativa do seu aperfeiçoamento para empregar como exemplo aos demais, com vista à independência econômica.
Foi na sua propriedade denominada Nuehof, que Pestalozzi recriou um asilo para as crianças pobres (albergando inicialmente cerca de 50), iniciando a sua carreira pedagógica.
As crianças eram retiradas da sua mendicidade e na instituição atribuíam-lhes uma ocupação fácil, remunerada e eram instruídas nas suas horas de recreio. Pestalozzi preocupava-se em defender as crianças e os seus destinos emanando, nos anos seguintes, o exemplo de sacrifício em todas as instituições nos povos modernos.
Esta instituição fechou após 5 anos pois os rendimentos não eram suficientes para suportar as despesas. Passados 18 anos, Pestalozzi abriu o asilo de Stanz, onde chegou a acolher cerca de 400 órfãos, continuando com a educação do povo. Em 1780 publicou o livro “Serões de um solitário”, tendo como pontos principais:
1º O desenvolvimento de todas as disposições e forças humanas para uma existência independente e feliz. A força básica da instrução é a mesma para todos, e, segundo as possibilidades deve proporcionar-se a cada um, num total e são desenvolvimento.
2º A educação geral do homem como base da formação de cada estado e de cada vocação, derivada de toda a instrução e de toda a atividade que nos cerca. Deve haver uma subordinação da formação profissional à instrução geral do homem.
3º Desenvolvimento intuitivo, de uma penetração efetiva em oposição à simples substância das palavras.
4º Formação de um caráter virtuoso e de um sentimento religioso como fim supremo da educação.
Seguidamente, ainda publicou os livros “Leonardo e Gertrudes”, em 1782, “Cristóvão e Elisa” e em 1791, as “Fábulas”.
Após a revolução francesa, Stanz foi incendiada e centenas de crianças ficaram órfãs e abandonadas. O novo governo organizou em Stanz um orfanato sob a direção de Pestalozzi.
Perante tanta miséria e tristeza, Pestalozzi desempenhou o papel de pai e professor para todas aquelas crianças, dando todo o seu amor, afeto e dedicação.
As crianças mais velhas foram formadas para serem mestres das mais novas. Estes princípios da escola de Stanz, influenciou as escolas dos nossos tempos, pois foi a partir deste asilo que iniciou a educação elementar, com a educação intelectual – o ensino moral, o ensino do coração e o ensino da mão.
Os seus trabalhos pedagógicos giram em torno destes princípios, uma vez que Pestalozzi, preocupava-se com a necessidade de desenvolver as faculdades físicas e psicológicas, as quais são a base da educação primária moderna.
No recomeço da guerra e com a ocupação da instituição por militares, as crianças foram-se dispersando. Em 1800, juntamente com o professor Krusi, Pestalozzi fundou, em Burgdorf, um novo instituto de educação, começando com a 1ª classe, onde obteve magníficos resultados com as crianças. Aqui escreveu sobre “As instruções para ensinar a ler” e “Como Gertudes ensinara seus filhos”, no qual salientava a importância da melhor forma de educar, evocando os principais erros, pois, o seu desejo era que o educador fosse como um segundo pai.
A escola deveria ser uma continuidade da tarefa educativa do lar, pois a família é o ponto de partida para a educação. Estas ações, atraíram as atenções de pensadores europeus como Herbart.
O Instituto de Burgdorf, teve a participação de vários colaboradores competentes, permitindo o alargamento do ensino por várias áreas (Química, Álgebra, Línguas, Geografia, etc.).
Em 1805, o Instituto foi transferido para Yverdon. Aqui, os processos pedagógicos e a sua aplicação foram uma inspiração para vários pedagogos. Desde os recreios, trabalhos manuais, até aos passeios, eram um vasto leque de actividades acompanhadas pelos professores, num relacionamento de empatia, afeição e amor, entre professores e alunos.
Em 1825, Pestalozzi deixou Yverdon, para regressar a Neuhof, juntamente com o seu colaborador Schimd, «A minha instituição, tal como nasceu em Burgdorf do seio do caos, tal como subsistiu em Yverdon numa disformidade sem nome, não era o fim da minha vida», disse Pestalozzi.Pestalozzi não desistira do seu sonho e ainda escreveu “O Canto dos Cisnes” e “Os meus Destinos”. Faleceu em 1827. Através do testemunho de discípulos e colaboradores, resume-se assim as principais ideias da pedagogia Pestalozziana:1ª Ideia da educação humana baseada em a natureza espiritual e física da criança;2ª Ideia da educação como desenvolvimento interno, formação espontânea, embora necessitada de direção;
3ª Ideia da educação baseada nas circunstâncias em que se encontra o homem;4ª Ideia da educação social e da escola popular, contra a anterior concepção individualista da educação.
5ª Ideia da educação profissional, subordinada à educação geral.6ª Ideia da educação religiosa íntima, não -confessional;” (A pedagogia no século XVIII, pág. 178*).
Certamente que, à luz dos nossos dias, muito pouco resta em pé da estrutura intelectual proposta por Pestalozzi, não quanto ao humanismo de uma pedagogia que soube congregar os avanços do pensamento filosófico e social, mas uma aventura de sentindo único na história moderna da educação.
Os seus ideais “não representam hoje em dia mais do que um interesse de ordem histórica, referentes à finalidade e processos educacionais: paradoxos, poesia satírica, apóstrofes e efusões, permanecem, assemelhando-se à lava vulcânica, incandescentes sob uma camada mínima de metais. E é neste braseiro que ainda hoje se aviva a chama que em milhares de corações faz com que a profissão de educador (…) seja elevada à dignidade de um serviço de Deus na pessoa de criança.” (Chateau J., 1956, p.233)
Pestalozzi, apresentava uma unidade orgânica no seu conjunto de pensamentos sobre educação, pela acção educativa e inspirado no seu espírito humanitário, ambicionando melhorar a qualidade de vida do povo.Mais tarde, com o surgimento das perspectivas psicológicas e pedagógicas, procurou-se um estatuto científico para a teoria e as práticas educativas, através dos princípios de Pestalozzi.
Acentua-se, em todo o caso, que as ideias pedagógicas do humanista suíço/alemão representaram um valioso alento aos processos de abertura na modernidade no campo da educação e pedagogia. Entre Neuhof e Iverdon interpõem-se 50 anos de busca e trabalho, de experiência e paixão. A obra literária, recurso sempre eterno para olhar desde outra latitude o objetivo de estudo, permite a Pestalozzi a elaboração de um discurso em cuja trama se misturaram referências a toda a classe (teóricos, artísticos e religiosos), expostos com a teoria da época.
As Escolas Novas (Montessori, Decroly, Freinet…) são baseadas nas filosofias e pedagogias que não se afastam dos princípios gerais de Pestalozzi (onde o ritmo, combinado com a leitura e a escrita, deixando a criança desenhar livremente, ensinando canto, geografia e moral, doseados sempre com um gesto de amor) que incorporavam avanços das ciências sociais e tecnológicas, observando certos aspectos que são abordados nas atividades, propondo métodos e técnicas específicas e experimentando novos modelos e sistemas.
A contribuição de Pestalozzi neste processo é indiscutível, sendo valorizadas as suas reflexões ao redor do problema da criança e sua aprendizagem, sobressaindo o seu papel na experiência e aventura no conhecimento da educação e suas pedagogias.
Hoje ao ver o sistema de lei de Bases do Sistema Educativo deparamo-nos com alguma semelhanças aos progressos de Pestalozzi, tais como:(Art.2º alínea 1) “Todos os portugueses têm direito à educação e à cultura, nos termos da Constituição da República.” e (Art.2º alínea 2) “É da especial responsabilidade do Estado promover a democratização do ensino, garantindo o direito a uma justa e efectiva igualdade de oportunidades no acesso e sucesso escolares.”Também Pestalozzi lotou por uma educação igual para todos (pobres e ricos). Por este motivo Pestalozzi era conhecido como “o homem do povo” (Cruz, 2005) (Art.1º alínea 3)
O sistema educativo desenvolve-se segundo um conjunto organizado de estruturas e de ações diversificadas…” a escola de Pestalozzi era organizada, flexível e simples, com as tarefas distribuídas durante o dia.
(Art.2º alínea 3) “…garantido a todos os portugueses o respeito pelo princípio da liberdade de aprender e de ensinar, com tolerância para com as escolhas possíveis…”
Condenou a educação exclusivamente teórica, intelectual e acreditava que as faculdades das crianças devem ser desenvolvidas de acordo com a natureza (cruz, 2005)
(Art.2º alínea 4) ”O sistema educativo responde às necessidades resultantes da realidade social, contribuindo para o desenvolvimento pleno e harmonioso da personalidade dos indivíduos, incentivando a formação de cidadãos livres, responsáveis, autônomos e solidários e valorizando a dimensão humana do trabalho.”
E (alínea 5) “A educação promove o desenvolvimento do espírito democrático e pluralista”.também Pestalozzi acreditava que “a educação poderia mudar a terrível condição de vida do povo”.(Nascimento & Moraes, 2006)
Art.5º alínea 1 b) “Contribuir para a estabilidade e a segurança afectivas da criança”, já no séc. XIX, a escola planejada por Pestaozzi “deveria ser não só uma extensão do lar como inspirar-se no ambiente familiar, para oferecer uma atmosfera de segurança e afeto.” (Ferrari, 2004)
Art.5º alínea 1 c) “Favorecer a observação e a compreensão do meio natural e humano para melhor integração e participação da criança”, não é por acaso que Pestalozzi chegou a comparar o professor a um jardineiro, ele dava muita ênfase ao real, ao concreto aos sentidos, “o processo educativo deveria englobar três dimensões humanas, identificadas com a cabeça, a mão e o coração.” (Ferrari, 2004).
Art. 5º Alínea1 d) “Desenvolver a formação moral da criança e o sentido da responsabilidade, associado ao da liberdade;”, na escola de Pestalozzi “os problemas disciplinares eram discutidos à noite, ele condenava a coerção, as recompensas e punições” (Zacharias, 2006)
3. Considerações Finais
Nenhum dos pensadores modernos deu tanta importância ao amor na Educação quanto Pestalozzi.
Assim como Rousseau, Pestalozzi defendia a família como sendo o centro de todas as coisas, pois é nela que a criança deveria ter todo o apoio, confiança e amor para se tornar um adulto bem estruturado e confiante em tudo o que faz.
Para Pestalozzi, o homem não se torna inteiro e completo, se em tudo aquilo que faz, não se der de corpo e alma; Pois colhemos o que plantamos, ou seja, através das nossas ações e atitudes, se não refletirmos naquilo que fazemos, além de comprometer o nosso futuro, estaremos comprometendo também o futuro de outras pessoas. Lembrando ainda, que a criança é a plantinha e o professor é o jardineiro, por isso deve ser cultivada com o que há de melhor.
Além disso, o interior e o espiritual da criança eram extremamente levados em conta por Pestalozzi, sendo assim, a disciplina exterior, avaliações e castigos, foram deixados de lado, para que a criança se desenvolvesse naturalmente.
4. Referencial Bibliográfico
http://pt.wikipedia.org/wiki/Johann_Heinrich_Pestalozzi)
Também tinha uma idéia contrária ao ensino tradicional, destacando que apenas a quantidade de conteúdos para as crianças não se obtinha resultados satisfatórios, e defendia sim que o professor , deveria respeitar os estágios de desenvolvimento da criança, dando atenção às suas aptidões e necessidades, respeitando a sua evolução.
Além disso, destaca-se que Pestalozzi trouxe grandes contribuições para a Educação Infantil, a aprendizagem da criança ficou mais produtiva, pois este acreditava que o amor era imprescindível na educação, dessa maneira, a relação professor x aluno, se tornou uma troca de conhecimentos.
2. Biografia e Contribuições de Pestalozzi na Educação Infantil
2.1 BiografiaJoão Henrique Pestalozzi, nascido em Zurique-Suiça no séc. XVIII (1746). Considerado um grande humanista e pedagogo, cuja Filosofia contribuiu para a educação moderna, que se prolongou até aos nossos dias. A sua ideologia acentuava na educação escolar, como complemento da família e como meio de preparação da educação para a vida.
Podemos dizer que ele psicologizou a educação, pois um século antes do surgimento da psicologia infantil, Pestalozzi descobriu intuitivamente os princípios caracterizadores da educação nova. Posteriormente, a Psicologia confirmou experimentalmente a afirmação do autor, na medida em que diz que o papel parental é fundamental no desenvolvimento da criança.
Ainda hoje o destino afetivo e social do indivíduo resulta da interação física e psíquica entre o sujeito e a família. Pestalozzi, foi assim, considerado mentor e reformador da escola popular.
Os acontecimentos sociais, culturais e políticos que comoveram a velha Europa durante a segunda metade do Século XVIII e as primeiras décadas do XIX, configuram o âmbito histórico dentro do qual surgiu a inteligência e a criatividade pedagógica de João Henrique Pestalozzi, influenciado nas suas leituras sobre Rousseau “Contrato Social e Emílio”.
A subida do capitalismo industrial como forma predominante da produção social, a exaltação dos nacionalismos étnicos, históricos e religiosos e a aspiração de liberdade do romantismo nos campos da vida política e cultural dos povos, a vertente revolucionária capitalizada pela burguesia que desprezava o absolutismo feudal, entre outros fenômenos, forjaram e orientaram a aventura educativa do humanista suíço/alemão.
O pensamento e entrega de Pestalozzi ainda ocupa, nos nossos dias, a atenção de filósofos, psicólogos e pedagogos, devido ao interesse que desperta uma das suas obras educativas mais transcendentes, isto se o julgarmos a partir da profunda influência que alcançou, indo, inclusive, mais além das fronteiras do século XIX europeu, até chegar aos educadores de hoje.
Biógrafos, historiadores e críticos, reconheceram a generosidade e autenticidade dos sentimentos que guiaram as experiências pedagógicas do discípulo de Rousseau, inseridas numa época de profundas mudanças na sociedade e na cultura.
2.2 ContribuiçõesPestalozzi idealizou a possibilidade de libertar o povo e notabilizá-lo pela educação. A sua intenção de auxiliar os oprimidos, foi a razão porque passou a viver entre os camponeses dedicando-se à agricultura na tentativa do seu aperfeiçoamento para empregar como exemplo aos demais, com vista à independência econômica.
Foi na sua propriedade denominada Nuehof, que Pestalozzi recriou um asilo para as crianças pobres (albergando inicialmente cerca de 50), iniciando a sua carreira pedagógica.
As crianças eram retiradas da sua mendicidade e na instituição atribuíam-lhes uma ocupação fácil, remunerada e eram instruídas nas suas horas de recreio. Pestalozzi preocupava-se em defender as crianças e os seus destinos emanando, nos anos seguintes, o exemplo de sacrifício em todas as instituições nos povos modernos.
Esta instituição fechou após 5 anos pois os rendimentos não eram suficientes para suportar as despesas. Passados 18 anos, Pestalozzi abriu o asilo de Stanz, onde chegou a acolher cerca de 400 órfãos, continuando com a educação do povo. Em 1780 publicou o livro “Serões de um solitário”, tendo como pontos principais:
1º O desenvolvimento de todas as disposições e forças humanas para uma existência independente e feliz. A força básica da instrução é a mesma para todos, e, segundo as possibilidades deve proporcionar-se a cada um, num total e são desenvolvimento.
2º A educação geral do homem como base da formação de cada estado e de cada vocação, derivada de toda a instrução e de toda a atividade que nos cerca. Deve haver uma subordinação da formação profissional à instrução geral do homem.
3º Desenvolvimento intuitivo, de uma penetração efetiva em oposição à simples substância das palavras.
4º Formação de um caráter virtuoso e de um sentimento religioso como fim supremo da educação.
Seguidamente, ainda publicou os livros “Leonardo e Gertrudes”, em 1782, “Cristóvão e Elisa” e em 1791, as “Fábulas”.
Após a revolução francesa, Stanz foi incendiada e centenas de crianças ficaram órfãs e abandonadas. O novo governo organizou em Stanz um orfanato sob a direção de Pestalozzi.
Perante tanta miséria e tristeza, Pestalozzi desempenhou o papel de pai e professor para todas aquelas crianças, dando todo o seu amor, afeto e dedicação.
As crianças mais velhas foram formadas para serem mestres das mais novas. Estes princípios da escola de Stanz, influenciou as escolas dos nossos tempos, pois foi a partir deste asilo que iniciou a educação elementar, com a educação intelectual – o ensino moral, o ensino do coração e o ensino da mão.
Os seus trabalhos pedagógicos giram em torno destes princípios, uma vez que Pestalozzi, preocupava-se com a necessidade de desenvolver as faculdades físicas e psicológicas, as quais são a base da educação primária moderna.
No recomeço da guerra e com a ocupação da instituição por militares, as crianças foram-se dispersando. Em 1800, juntamente com o professor Krusi, Pestalozzi fundou, em Burgdorf, um novo instituto de educação, começando com a 1ª classe, onde obteve magníficos resultados com as crianças. Aqui escreveu sobre “As instruções para ensinar a ler” e “Como Gertudes ensinara seus filhos”, no qual salientava a importância da melhor forma de educar, evocando os principais erros, pois, o seu desejo era que o educador fosse como um segundo pai.
A escola deveria ser uma continuidade da tarefa educativa do lar, pois a família é o ponto de partida para a educação. Estas ações, atraíram as atenções de pensadores europeus como Herbart.
O Instituto de Burgdorf, teve a participação de vários colaboradores competentes, permitindo o alargamento do ensino por várias áreas (Química, Álgebra, Línguas, Geografia, etc.).
Em 1805, o Instituto foi transferido para Yverdon. Aqui, os processos pedagógicos e a sua aplicação foram uma inspiração para vários pedagogos. Desde os recreios, trabalhos manuais, até aos passeios, eram um vasto leque de actividades acompanhadas pelos professores, num relacionamento de empatia, afeição e amor, entre professores e alunos.
Em 1825, Pestalozzi deixou Yverdon, para regressar a Neuhof, juntamente com o seu colaborador Schimd, «A minha instituição, tal como nasceu em Burgdorf do seio do caos, tal como subsistiu em Yverdon numa disformidade sem nome, não era o fim da minha vida», disse Pestalozzi.Pestalozzi não desistira do seu sonho e ainda escreveu “O Canto dos Cisnes” e “Os meus Destinos”. Faleceu em 1827. Através do testemunho de discípulos e colaboradores, resume-se assim as principais ideias da pedagogia Pestalozziana:1ª Ideia da educação humana baseada em a natureza espiritual e física da criança;2ª Ideia da educação como desenvolvimento interno, formação espontânea, embora necessitada de direção;
3ª Ideia da educação baseada nas circunstâncias em que se encontra o homem;4ª Ideia da educação social e da escola popular, contra a anterior concepção individualista da educação.
5ª Ideia da educação profissional, subordinada à educação geral.6ª Ideia da educação religiosa íntima, não -confessional;” (A pedagogia no século XVIII, pág. 178*).
Certamente que, à luz dos nossos dias, muito pouco resta em pé da estrutura intelectual proposta por Pestalozzi, não quanto ao humanismo de uma pedagogia que soube congregar os avanços do pensamento filosófico e social, mas uma aventura de sentindo único na história moderna da educação.
Os seus ideais “não representam hoje em dia mais do que um interesse de ordem histórica, referentes à finalidade e processos educacionais: paradoxos, poesia satírica, apóstrofes e efusões, permanecem, assemelhando-se à lava vulcânica, incandescentes sob uma camada mínima de metais. E é neste braseiro que ainda hoje se aviva a chama que em milhares de corações faz com que a profissão de educador (…) seja elevada à dignidade de um serviço de Deus na pessoa de criança.” (Chateau J., 1956, p.233)
Pestalozzi, apresentava uma unidade orgânica no seu conjunto de pensamentos sobre educação, pela acção educativa e inspirado no seu espírito humanitário, ambicionando melhorar a qualidade de vida do povo.Mais tarde, com o surgimento das perspectivas psicológicas e pedagógicas, procurou-se um estatuto científico para a teoria e as práticas educativas, através dos princípios de Pestalozzi.
Acentua-se, em todo o caso, que as ideias pedagógicas do humanista suíço/alemão representaram um valioso alento aos processos de abertura na modernidade no campo da educação e pedagogia. Entre Neuhof e Iverdon interpõem-se 50 anos de busca e trabalho, de experiência e paixão. A obra literária, recurso sempre eterno para olhar desde outra latitude o objetivo de estudo, permite a Pestalozzi a elaboração de um discurso em cuja trama se misturaram referências a toda a classe (teóricos, artísticos e religiosos), expostos com a teoria da época.
As Escolas Novas (Montessori, Decroly, Freinet…) são baseadas nas filosofias e pedagogias que não se afastam dos princípios gerais de Pestalozzi (onde o ritmo, combinado com a leitura e a escrita, deixando a criança desenhar livremente, ensinando canto, geografia e moral, doseados sempre com um gesto de amor) que incorporavam avanços das ciências sociais e tecnológicas, observando certos aspectos que são abordados nas atividades, propondo métodos e técnicas específicas e experimentando novos modelos e sistemas.
A contribuição de Pestalozzi neste processo é indiscutível, sendo valorizadas as suas reflexões ao redor do problema da criança e sua aprendizagem, sobressaindo o seu papel na experiência e aventura no conhecimento da educação e suas pedagogias.
Hoje ao ver o sistema de lei de Bases do Sistema Educativo deparamo-nos com alguma semelhanças aos progressos de Pestalozzi, tais como:(Art.2º alínea 1) “Todos os portugueses têm direito à educação e à cultura, nos termos da Constituição da República.” e (Art.2º alínea 2) “É da especial responsabilidade do Estado promover a democratização do ensino, garantindo o direito a uma justa e efectiva igualdade de oportunidades no acesso e sucesso escolares.”Também Pestalozzi lotou por uma educação igual para todos (pobres e ricos). Por este motivo Pestalozzi era conhecido como “o homem do povo” (Cruz, 2005) (Art.1º alínea 3)
O sistema educativo desenvolve-se segundo um conjunto organizado de estruturas e de ações diversificadas…” a escola de Pestalozzi era organizada, flexível e simples, com as tarefas distribuídas durante o dia.
(Art.2º alínea 3) “…garantido a todos os portugueses o respeito pelo princípio da liberdade de aprender e de ensinar, com tolerância para com as escolhas possíveis…”
Condenou a educação exclusivamente teórica, intelectual e acreditava que as faculdades das crianças devem ser desenvolvidas de acordo com a natureza (cruz, 2005)
(Art.2º alínea 4) ”O sistema educativo responde às necessidades resultantes da realidade social, contribuindo para o desenvolvimento pleno e harmonioso da personalidade dos indivíduos, incentivando a formação de cidadãos livres, responsáveis, autônomos e solidários e valorizando a dimensão humana do trabalho.”
E (alínea 5) “A educação promove o desenvolvimento do espírito democrático e pluralista”.também Pestalozzi acreditava que “a educação poderia mudar a terrível condição de vida do povo”.(Nascimento & Moraes, 2006)
Art.5º alínea 1 b) “Contribuir para a estabilidade e a segurança afectivas da criança”, já no séc. XIX, a escola planejada por Pestaozzi “deveria ser não só uma extensão do lar como inspirar-se no ambiente familiar, para oferecer uma atmosfera de segurança e afeto.” (Ferrari, 2004)
Art.5º alínea 1 c) “Favorecer a observação e a compreensão do meio natural e humano para melhor integração e participação da criança”, não é por acaso que Pestalozzi chegou a comparar o professor a um jardineiro, ele dava muita ênfase ao real, ao concreto aos sentidos, “o processo educativo deveria englobar três dimensões humanas, identificadas com a cabeça, a mão e o coração.” (Ferrari, 2004).
Art. 5º Alínea1 d) “Desenvolver a formação moral da criança e o sentido da responsabilidade, associado ao da liberdade;”, na escola de Pestalozzi “os problemas disciplinares eram discutidos à noite, ele condenava a coerção, as recompensas e punições” (Zacharias, 2006)
3. Considerações Finais
Nenhum dos pensadores modernos deu tanta importância ao amor na Educação quanto Pestalozzi.
Assim como Rousseau, Pestalozzi defendia a família como sendo o centro de todas as coisas, pois é nela que a criança deveria ter todo o apoio, confiança e amor para se tornar um adulto bem estruturado e confiante em tudo o que faz.
Para Pestalozzi, o homem não se torna inteiro e completo, se em tudo aquilo que faz, não se der de corpo e alma; Pois colhemos o que plantamos, ou seja, através das nossas ações e atitudes, se não refletirmos naquilo que fazemos, além de comprometer o nosso futuro, estaremos comprometendo também o futuro de outras pessoas. Lembrando ainda, que a criança é a plantinha e o professor é o jardineiro, por isso deve ser cultivada com o que há de melhor.
Além disso, o interior e o espiritual da criança eram extremamente levados em conta por Pestalozzi, sendo assim, a disciplina exterior, avaliações e castigos, foram deixados de lado, para que a criança se desenvolvesse naturalmente.
4. Referencial Bibliográfico
http://pt.wikipedia.org/wiki/Johann_Heinrich_Pestalozzi)
Frases de Johann Heinrich Pestalozzi:
"As faculdades do homem têm de ser desenvolvidas de tal forma que nenhuma delas predomine sobre as outras"
"A natureza melhor da criança deve ser encorajada o mais cedo possível a combater a força prepotente do instinto animal"
Johann Heinrich Pestalozzi nasceu em 1746 em Zurique, na Suíça. Na juventude, ele abandonou os estudos religiosos para se dedicar à agricultura. Quando a empreitada se tornou o primeiro de muitos fracassos materiais de sua vida, Pestalozzi levou algumas crianças pobres para casa, onde encontraram escola e trabalho como tecelãs, aprendendo a se sustentar. Alguns anos depois, a escola se inviabilizou e Pestalozzi passou a explorar suas idéias em livros, entre eles Os Crepúsculos de um Eremita e o romance Leonardo e Gertrudes. Uma nova chance de exercitar seu método só surgiu quando ele já tinha mais de 50 anos, ao ser chamado para dar aulas aos órfãos da batalha de Stans. Mais duas experiências se seguiram, em escolas de Burgdorf e Yverdon. Nesta última, que existiu de 1805 a 1825, Pestalozzi desenvolveu seu projeto mais abrangente, dando aulas para estudantes de várias origens e comandando uma equipe de professores. Divergências entre eles levaram a escola a fechar. Yverdon projetou o nome de Pestalozzi no exterior e foi visitada por muitos dos grandes educadores da época.
Para a mentalidade contemporânea, amor talvez não seja a primeira palavra que venha à cabeça quando se fala em ciência, método ou teoria. Mas o afeto teve papel central na obra de pensadores que lançaram os fundamentos da pedagogia moderna. Nenhum deles deu mais importância ao amor, em particular ao amor materno, do que o suíço Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827).
Antecipando concepções do movimento da Escola Nova, que só surgiria na virada do século 19 para o 20, Pestalozzi afirmava que a função principal do ensino é levar as crianças a desenvolver suas habilidades naturais e inatas. "Segundo ele, o amor deflagra o processo de auto-educação", diz a escritora Dora Incontri, uma das poucas estudiosas de Pestalozzi no Brasil.
A escola idealizada por Pestalozzi deveria ser não só uma extensão do lar como inspirar-se no ambiente familiar, para oferecer uma atmosfera de segurança e afeto. Ao contrário de muitos de seus contemporâneos, o pensador suíço não concordava totalmente com o elogio da razão humana. Para ele, só o amor tinha força salvadora, capaz de levar o homem à plena realização moral - isto é, encontrar conscientemente, dentro de si, a essência divina que lhe dá liberdade. "Pestalozzi chega ao ponto de afirmar que a religiosidade humana nasce da relação afetiva da criança com a mãe, por meio da sensação de providência", diz Dora Incontri.
"As faculdades do homem têm de ser desenvolvidas de tal forma que nenhuma delas predomine sobre as outras"
"A natureza melhor da criança deve ser encorajada o mais cedo possível a combater a força prepotente do instinto animal"
Johann Heinrich Pestalozzi nasceu em 1746 em Zurique, na Suíça. Na juventude, ele abandonou os estudos religiosos para se dedicar à agricultura. Quando a empreitada se tornou o primeiro de muitos fracassos materiais de sua vida, Pestalozzi levou algumas crianças pobres para casa, onde encontraram escola e trabalho como tecelãs, aprendendo a se sustentar. Alguns anos depois, a escola se inviabilizou e Pestalozzi passou a explorar suas idéias em livros, entre eles Os Crepúsculos de um Eremita e o romance Leonardo e Gertrudes. Uma nova chance de exercitar seu método só surgiu quando ele já tinha mais de 50 anos, ao ser chamado para dar aulas aos órfãos da batalha de Stans. Mais duas experiências se seguiram, em escolas de Burgdorf e Yverdon. Nesta última, que existiu de 1805 a 1825, Pestalozzi desenvolveu seu projeto mais abrangente, dando aulas para estudantes de várias origens e comandando uma equipe de professores. Divergências entre eles levaram a escola a fechar. Yverdon projetou o nome de Pestalozzi no exterior e foi visitada por muitos dos grandes educadores da época.
Para a mentalidade contemporânea, amor talvez não seja a primeira palavra que venha à cabeça quando se fala em ciência, método ou teoria. Mas o afeto teve papel central na obra de pensadores que lançaram os fundamentos da pedagogia moderna. Nenhum deles deu mais importância ao amor, em particular ao amor materno, do que o suíço Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827).
Antecipando concepções do movimento da Escola Nova, que só surgiria na virada do século 19 para o 20, Pestalozzi afirmava que a função principal do ensino é levar as crianças a desenvolver suas habilidades naturais e inatas. "Segundo ele, o amor deflagra o processo de auto-educação", diz a escritora Dora Incontri, uma das poucas estudiosas de Pestalozzi no Brasil.
A escola idealizada por Pestalozzi deveria ser não só uma extensão do lar como inspirar-se no ambiente familiar, para oferecer uma atmosfera de segurança e afeto. Ao contrário de muitos de seus contemporâneos, o pensador suíço não concordava totalmente com o elogio da razão humana. Para ele, só o amor tinha força salvadora, capaz de levar o homem à plena realização moral - isto é, encontrar conscientemente, dentro de si, a essência divina que lhe dá liberdade. "Pestalozzi chega ao ponto de afirmar que a religiosidade humana nasce da relação afetiva da criança com a mãe, por meio da sensação de providência", diz Dora Incontri.
Inspiração na natureza
A vida e obra de Pestalozzi estão intimamente ligadas à religião. Cristão devoto e seguidor do protestantismo, ele se preparou para o sacerdócio, mas abandonou a idéia em favor da necessidade de viver junto da natureza e de experimentar suas idéias a respeito da educação. Seu pensamento permaneceu impregnado da crença na manifestação da divindade no ser humano e na caridade, que ele praticou principalmente em favor dos pobres.
A criança, na visão de Pestalozzi, se desenvolve de dentro para fora - idéia oposta à concepção de que a função do ensino é preenchê-la de informação. Para o pensador suíço, um dos cuidados principais do professor deveria ser respeitar os estágios de desenvolvimento pelos quais a criança passa. Dar atenção à sua evolução, às suas aptidões e necessidades, de acordo com as diferentes idades, era, para Pestalozzi, parte de uma missão maior do educador, a de saber ler e imitar a natureza - em que o método pedagógico deveria se inspirar.
A criança, na visão de Pestalozzi, se desenvolve de dentro para fora - idéia oposta à concepção de que a função do ensino é preenchê-la de informação. Para o pensador suíço, um dos cuidados principais do professor deveria ser respeitar os estágios de desenvolvimento pelos quais a criança passa. Dar atenção à sua evolução, às suas aptidões e necessidades, de acordo com as diferentes idades, era, para Pestalozzi, parte de uma missão maior do educador, a de saber ler e imitar a natureza - em que o método pedagógico deveria se inspirar.
Bondade potencial
Tanto a defesa de uma volta à natureza quanto a construção de novos conceitos de criança, família e instrução a que Pestalozzi se dedicou devem muito a sua leitura do filósofo franco-suíço Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), nome central do pensamento iluminista. Ambos consideravam o ser humano de seu tempo excessivamente cerceado por convenções sociais e influências do meio, distanciado de sua índole original - que seria essencialmente boa para Rousseau e potencialmente fértil, mas egoísta e submissa aos sentidos, para Pestalozzi.
"A criança, na concepção de Pestalozzi, era um ser puro, bom em sua essência e possuidor de uma natureza divina que deveria ser cultivada e descoberta para atingir a plenitude", diz Alessandra Arce, professora da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto. O pensador suíço costumava comparar o ofício do professor ao do jardineiro, que devia providenciar as melhores condições externas para que as plantas seguissem seu desenvolvimento natural. Ele gostava de lembrar que a semente traz em si o "projeto" da árvore toda.
Desse modo, o aprendizado seria, em grande parte, conduzido pelo próprio aluno, com base na experimentação prática e na vivência intelectual, sensorial e emocional do conhecimento. É a idéia do "aprender fazendo", amplamente incorporada pela maioria das escolas pedagógicas posteriores a Pestalozzi. O método deveria partir do conhecido para o novo e do concreto para o abstrato, com ênfase na ação e na percepção dos objetos, mais do que nas palavras. O que importava não era tanto o conteúdo, mas o desenvolvimento das habilidades e dos valores.
"A criança, na concepção de Pestalozzi, era um ser puro, bom em sua essência e possuidor de uma natureza divina que deveria ser cultivada e descoberta para atingir a plenitude", diz Alessandra Arce, professora da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto. O pensador suíço costumava comparar o ofício do professor ao do jardineiro, que devia providenciar as melhores condições externas para que as plantas seguissem seu desenvolvimento natural. Ele gostava de lembrar que a semente traz em si o "projeto" da árvore toda.
Desse modo, o aprendizado seria, em grande parte, conduzido pelo próprio aluno, com base na experimentação prática e na vivência intelectual, sensorial e emocional do conhecimento. É a idéia do "aprender fazendo", amplamente incorporada pela maioria das escolas pedagógicas posteriores a Pestalozzi. O método deveria partir do conhecido para o novo e do concreto para o abstrato, com ênfase na ação e na percepção dos objetos, mais do que nas palavras. O que importava não era tanto o conteúdo, mas o desenvolvimento das habilidades e dos valores.
Sem notas, castigos ou prêmios
Ao contrário de Rousseau, cuja teoria é idealizada, Pestalozzi, segundo a educadora Dora Incontri, "experimentava sua teoria e tirava a teoria da prática", nas várias escolas que criou. Pestalozzi aplicou em classe seu princípio da educação integral - isto é, não limitada à absorção de informações. Segundo ele, o processo educativo deveria englobar três dimensões humanas, identificadas com a cabeça, a mão e o coração. O objetivo final do aprendizado deveria ser uma formação também tripla: intelectual, física e moral. E o método de estudo deveria reduzir-se a seus três elementos mais simples: som, forma e número. Só depois da percepção viria a linguagem. Com os instrumentos adquiridos desse modo, o estudante teria condições de encontrar em si mesmo liberdade e autonomia moral. Como alcançar esse objetivo dependia de uma trajetória íntima, Pestalozzi não acreditava em julgamento externo. Por isso, em suas escolas não havia notas ou provas, castigos ou recompensas, numa época em que chicotear os alunos era comum. "A disciplina exterior, na escola de Pestalozzi, era substituída pelo cultivo da disciplina interior, essencial à moral protestante", diz Alessandra Arce.
Para pensar
A pesquisadora Dora Incontri vê na obra dos filósofos da educação anteriores ao século 19 uma concepção do ser humano "mais integral" do que a que passou a prevalecer então. Segundo Dora, naquela época a ciência, incluindo a pedagogia, se tornou materialista. "Pensadores como Pestalozzi levavam em conta aspectos hoje negligenciados, como o espiritual." Ela lamenta a ausência dessa dimensão. No seu dia-a-dia na escola ou em seus estudos sobre educação, você já sentiu a sensação de que falta algo à teoria pedagógica? Chegou a pensar que carência é essa? De que forma ela se reflete na prática?http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/pestalozzi-307416.shtml
Para o educador suíço, os sentimentos tinham o poder de despertar o processo de aprendizagem autônoma na criançA.
JOHANN HEINRICH PESTALOZZI

Zurique (Zürich) é a maior cidade da Suíça, localizada ao norte do país. Fala-se alemão
Johann Heinrich Pestalozzi nasceu em Zurique, na Suiça, aos 12 de janeiro de 1746.
Seu pai, Johann Baptist Pestalozzi, era cirurgião, descendente de italianos. Estudou ali mesmo, em Zurique, cursando Filosofia e Lingüistica no famoso Collegium Carolinum. A influência de Jean-Jacques Rousseau foi enorme
A vida de Pestalozzi foi um exemplo fantástico de amor e devoção à educação, entre fracassos sucessivos e uma persistência gloriosa em sua missão de educador.
Seu pai morreu quando ainda era novo, tendo sido criado pela mãe. Na Universidade de Zurique associa-se ao poeta Lavater num grupo de reformistas.
Casou-se aos 23 anos com Anna Schulthess. Em seguida, comprou um pedaço de terra, transformando a propriedade rural de Neuhof em uma escola. No entanto, tão pobre como os meninos que agasalha, reparte com eles o que mal lhe chegava. Em 1780, esgotados todos os seus recursos, teve que fechar a escola.
Nesta época escreveu “As Horas Noturnas de um Ermitão” (The Evening Hours of a Hermit – 1780), contendo uma coleção de pensamentos e reflexões.
A este livro seguiu-se sua obra-prima: Leonardo e Gertrudes (“Leonard und Gertrud” – 1781), um conto onde narra a reforma gradual feita primeiro numa casa, depois numa aldeia, frutos dos esforços de uma mulher boa e dedicada.

Anna Schulthess Pestalozzi, esposa. (Detalhe do quadro na Galeria)
A obra foi um sucesso na Alemanha, e Pestalozzi saiu do anonimato
Os órfãos de Stans

A invasão francesa da Suíça em 1798 revelou-lhe um caráter verdadeiramente heróico. Muitas crianças vagavam no Cantão de Unterwalden, às margens do Lago de Lucerna, sem pais, casa, comida ou abrigo. Pestalozzi reuniu muitas delas num convento abandonado emStans, e gastou suas energias educando-as.
Em um período muito curto de tempo realizou transformações surpreeendentes naquelas crianças órfãs, abandonadas na maior miséria material e moral, que Pestalozzi amou como seus próprios filhos.
Cuidava delas pessoalmente com extremada devoção mas, em junho de 1799, o edifício foi requisitado pelo invasor francês para instalar ali um hospital, e seus esforços foram perdidos.
Em 1799 obteve permissão para manter uma escola em Burgdorf, onde, segundo diziam, utilizava processos com 100 anos de avanço. Permaneceu trabalhando até quando exigiram-lhe a desocupação do Castelo onde funcionava a escola, para nele instalar o governo da cidade. Continuou sua obra no castelo de Munchenbuchsee.
Em 1801 Pestalozzi concentrou suas idéias sobre educação num livro intitulado “Como Gertrudes ensina suas crianças” (Wie Gertrude Ihre Kinder Lehrt). Ali expõe seu método pedagógico, de partir do mais fácil e simples, para o mais difícil e complexo. Continuava daí, medindo, pintando, escrevendo e contando, e assim por diante.
Em Como Gertrudes Ensina Seus Filhos (tradução em espanhol por Lorenzo Luzurriaga - 1927), destacamos:
"É indiscutível que a mania de palavras e livros, que tem absorvido tudo em nossa instrução popular, chegou tão longe que não podemos permanecer por muito tempo como estamos. Tudo me faz acreditar que o único meio de sair deste caos civil, moral e religioso, é abandonar a superficialidade, a fragmentação e a presunção de nossa instrução popular, e reconhecer a intuição como a verdadeira fonte do conhecimento".
No entanto, o termo intuição tem sido interpretado de muitas maneiras, o que pode gerar equívocos. Compayré nos diz que, para Pestalozzi "intuição não é somente a percepção externa dos sentidos. A intuição estende-se às experiências da consciência interna, aos sentimentos e às emoções tanto quanto à sensações."
Em 1802 foi como deputado a Paris, e fez de tudo para fazer com que Napoleão se interessasse em criar um sistema nacional de educação primária; mas o conquistador disse-lhe que não podia perder tempo com o alfabeto.
A Escola de Yverdon

Em 1805 ele mudou-se para Yverdon, no Lago Neuchâtel, e por vinte anos dedicou-se ao seu trabalho continuamente. Ali era visitado por todos que se interessavam pela educação, como Talleyrand, d'Istria de Capo, e Mme. de Staël. Foi elogiado por Humboldt e por Fichte. Dentre seus discípulos incluem-se Hippolyte Denizard Rivail, Ramsauer, Delbrück, Blochmann, Carl Ritter, Froebel e Zeller.
Em 1825, depois de 20 anos de atividade, deixa Yverdon, num clima de graves dissensões internas entre dois colaboradores da obra: Schmidt e Niederer, liderando cada um o seu grupo.
Retorna a Neuhof e, já octogenário, num gesto nobilíssimo, procura empregar todo o dinheiro arrecadado do produto de seus livros na criação de um orfanato para crianças pobres.
Escreveu seu último trabalho: “O canto do cisne”, vindo a morrer em Brugg.
Em seu túmulo, em Birr, lêem-se as seguintes palavras:
Aqui jaz
Henrique Pestalozzi, nascido em Zurique a 12 de janeiro de 1746,
falecido em Brugg a 17 de fevereiro de 1827.
Salvador dos pobres em Neuhof.
Pregador do povo em "Leonardo e Gertrude"
Pai dos órfãos, em Stanz,
Criador da nova Escola Elementar, em Burgdorf e Munchenbuchsee;
em Yverdon, educador da Humanidade.
Homem, cristão, Cidadão.
Abençoada seja a sua memória.
O MÉTODO INTUITIVO
A criança será levada a perceber intuitivamente, ou seja, pela sua própria cabeça, o fenômeno que a atividade lhe apresenta. O educador não vai apresentar definições à criança, mas levá-la a perceber, compreender e sentir o real significado do conteúdo em estudo.
O método intuitivo leva a criança, através da percepção, a chegar à conclusão lógica através da observação, comparação e análise, onde ela vai perceber e sentir a realidade em seu íntímo.
A percepção, para Pestalozzi, tem um sentido global e não se restringe apenas à percepção sensorial. Além dos sentidos, ela atinge o intelecto e o sentimento.
A razão, o sentimento e os sentidos devem ser estimulados simultaneamente. Todas as capacidades interiores se interagem organicamente e precisam ser estimuladas simultaneamente para ocorrer o desenvolvimento integral e harmonioso do ser.
Por exemplo, na atividade em que iniciamos o tema Deus, levamos a criança a um contato direto com a obra Divina, a natureza. Visitamos uma chácara, onde a criança pode caminhar descalça na grama, olhar os pássaros e os animais, sentar debaixo das árvores, comer os frutos, sentir o perfume das flores e explorar os recantos maravilhosos que a natureza sempre oferece. O educador apenas orienta discretamente, deixando a criança vivenciar cada momento.
Pelos sentidos, ela entra em contato direto com a obra Divina, olhando, tocando, cheirando, ouvindo, saboreando...
Pelo intelecto, ela analisa e compara: Deus criou tudo isso... os minerais, as plantas e todos os seres vivos. Somente Deus cria a vida...
Ao mesmo tempo, ela vai sentir o ambiente, perceber o amor de Deus para com suas criaturas, vibrar na mesma sintonia.
Embora tendo utilizado poucas explicações teóricas, apenas as indispensáveis para o momento, a atividade interior da criança foi intensa. A percepção em seu sentido global, ou seja, sensorial, intelectual e afetiva foi acionada e a criança pode perceber, sentir, concluir...
O método intuitivo está intimamente ligado ao desenvolvimento do pensamento intuitivo (vide item 30) e trabalha, ao mesmo tempo com o subconsciente, com a bagagem que o Espírito traz de suas vivências passadas e, com o superconsciente, com a inspiração superior que flui do mais alto e abre caminhos em sua própria razão, ampliando de maneira fantástica sua compreensão da vida, do mundo em que vive e de si mesmo.
Trabalhando ao mesmo tempo com o sentimento, com a inteligência e com os sentidos, estimula o desenvolvimento integral do Espírito, como ser que pensa, sente e age. O método é construtivista em sua essência, mas vai muito além da definição de "construtivismo" pela educação contemporânea, pois atinge também o seu sentido espiritual.
Saber, sentir e querer formam a síntese evolutiva da educação do futuro, a educação que a Doutrina Espírita nos apresenta, e que Pestalozzi já antevia em sua visão de Espírito superior e nobre.
Embora pouco compreendido até hoje, Pestalozzi é o precursor legítimo da Educação do Espírito.
O DESENVOLVIMENTO MORAL SEGUNDO PESTALOZZI
No que se refere ao desenvolvimento moral as idéias de Pestalozzi são semelhantes às de Piaget. Mas vai além, ao identificar o germe de toda a potencialidade e ao entrar no campo fantástico do sentimento e da vibração.
Para Pestalozzi, a moral é o fim supremo da educação, pois o homem é um ser essencialmente moral, pois possui dentro de si mesmo a essência Divina.
Define três estados ou etapas do desenvolvimento moral do homem:
Estado NATURAL ou PRIMITIVO: corresponde à natureza animal, aos impulsos instintivos de sobrevivência e dominação, procurando satisfazer suas necessidades básicas. O homem é egoísta por natureza. Corresponde ao estado primitivo do homem.
Estado SOCIAL: corresponde à moral social, à lei social, ao que se aprende na sociedade. Por necessidade criou-se a sociedade, o governo, as leis, para coibir a manifestação dessa animalidade e garantir ao homem (ainda na animalidade) a satisfação de seus próprios prazeres. Apenas coíbe, impede a manifestação - não transforma os instintos básicos do homem.
Estado MORAL: ao atingir o estado moral o homem é capaz de trabalhar seus instintos animais, transformá-los, canalizar essa força num sentido positivo e é capaz de construir sua própria moral. A moral não vem de fora - é interior. O homem não é apenas um ser animal, ou um ser social. Antes, acima e além de tudo ele é um ser espiritual, é um ser moral por excelência, pois traz a essência Divina em si mesmo.
Facilmente identificamos os estados citados por Pestalozzi com as fases morais de Piaget.
No entanto, Pestalozzi exalta o amor, que é a base sobre a qual assenta toda a sua pedagogia, entrando no campo deslumbrante do sentimento.
Afirma que, através da vibração, do impulso de alguém que se descobriu como ser Divino, que é um ser moral, que já trabalhou ou trabalha suas camadas íntimas, seus instintos elevando-os ao nível do amor, esse é capaz de despertar no educando o amor que ele já possui em si mesmo. O educador contagia, desperta essa essência que se encontra em estado latente.
O papel do educador é despertar essa essência Divina no educando para que ele, uma vez consciente de si mesmo, possa se modificar, trabalhar consigo mesmo e não ser governado ou dirigido por igrejas, instituições ou pelo estado. O educador acende a centelha ou desencadeia um processo através do qual o educando vai atingir a sua autonomia moral, o estado moral, despertando a consciência moral, a essência Divina que existe em si mesmo, como filho de Deus.
O homem que atingiu o estado moral não é aquele que se adaptou a uma sociedade, mas é aquele que constrói sociedades dignas que sintonizam com as Leis Divinas, com o Criador.
Fonte: Pedagogia Espírita
: LivroLeonardo e Gertrudes | Obras em Língua Estrangeira
Cartas sobre educación infantil. Trad. do alemão de José M. Q. Cabanas. Madrid: Tecnos, 1988.
Como enseña Gertrudis a sus hijos. México: Luis Fernandez G., S.A.,1959.
El Método. Trad. Lorenzo Luzuriaga. s.l. Ediciones de la Lectura.s.d.
Eine Selbstschau (Aus seinen Schriften zusammengestellt von Walter Guyer). Gute Schriften Zurich, 1946.
Fable.Yverdon-les-Bains: Center de Documentation et de Recherche Pestalozzi, 1983.
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Gesammelte Werke in zebn Badnden. Zurich: Rascher, 1945.
-Kleine Schriften zur Volkserzienhung und Menschenbildung. Bad Heilbrunn: Klinhardt, 1983.
Lettera ad un amico sul proprio soggiorno a Stans. Firenze: La Nuova Italia,1967.
Lettre de Stans. Trad. Michael Soetard .Yverdon-les-Bains: Centre de Documentation et de Recherche Pestalozzi, 1985.
L`Educazione. Firenze: La Nuova Italia, 1967.
Lienhard und Gertrud. Bad Heilbrunn: Klinhardt, 1981.
Meine Nachforschungen. Bad Heilbrunn: Klinhardt, 1983.
Madre e figlio. Firenze: La Nuova Italia, 1969.
Pestalozzi uber seine Anstalt in Stans (Miteniner Interpretation von Wolgang Klafki). Weinheim und Basel, Beltz Verlag, 1982.
Samtliche Werke und Briefe. Kritische Ausgabe . Zurich, Orell Fussli,1927-1980. Obras: v.I a XXVIII. cartas: v.I a XIII.
Obras em Língua Portuguesa
- ARCE, Alessandra. A Pedagogia na "Era das Revoluções". Uma análise do pensamento de Pestalozzi e Froebel .São Paulo: Autores Associados, 2001.
- COSTA, Firmino. Pestalozzi . Belo Horizonte: Instituto Pestalozzi, 1965.
- INCONTRI, Dora. Pestalozzi: educação e ética. Pensamento e Ação no Magistério. São Paulo: Scipione, 1997.
- LOPES, Luciano. Pestalozzi, o grande educador. Rio de Janeiro: Paulo de Azevedo e Cia.,1943.
- WURTH, Tiago. Pestalozzi e a pedagogia social. Canoas: Instituto Pestalozzi de Canoas, 1971.
- MACEDO, Joaquim Teixeira de. "Pestalozzi e a educação humana". In: Revista Brasileira. Rio de Janeiro: N. Midosi Editor, I (2), out-dez.1879.
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. Sua meta é preparar para a vida, para o agir autônomo. Para ele a educação não se limita à existência, ou à mera aquisição de uma profissão ou de um padrão social. Ela deve agir sobre a essência, visando a autonomia moral e a transcendência espiritual do homem.
De acordo com Ferrari, Pestalozzi iniciou o seu trabalho pelo confronto entre as práticas educativas em voga e o desenvolvimento natural da criança. A verdadeira educação deveria desenvolver na criança os elementos do poder plantados pela natureza, fornecendo-lhe, os materiais de experiência necessários para o exercício dessas capacidades. Segundo Ferrari (2004), “Pestalozzi afirma que a função principal do ensino é levar as crianças a desenvolver suas habilidades naturais e inatas” (FERRARI, 2004, p. 36).
O mérito particular de Pestalozzi está em ter sido ele o primeiro a indicar o caminho prático para que estas idéias educativas pudessem ser realizadas. Uma vez que, o seu trabalho foi aplicar o ideário à escola, tentando organizar atividades apropriadas para o desenvolvimento intelectual e moral dos alunos. Pode se dizer que ele sintetizou a observação empírica e a reflexão filosófica, unindo teoria e prática na educação escolar (INCONTRI, 1997, p. 122).
Sendo assim, buscaremos neste trabalho discutir a seguinte questão: Como a teoria de Pestalozzi pode contribuir na prática de professores na obtenção de sucesso no ensino de ciências, relacionando teoria e prática? Segundo o PCN (1996), o ensino de ciências deve objetivar o desenvolvimento de competências no aluno “que lhe permitam compreender o mundo e atuar como indivíduo e como cidadão, utilizando conhecimentos de natureza científica e tecnológica” (PCN, 1996, p. 39). Para isso, a metodologia dos professores não deve se basear na simples memorização, como exemplifica BIZZO (1998). Assim, a teorização de Pestalozzi pode servir de contraponto a abordagem comum em muitas escolas no ensino dessa disciplina.
De acordo com Ferrari, Pestalozzi iniciou o seu trabalho pelo confronto entre as práticas educativas em voga e o desenvolvimento natural da criança. A verdadeira educação deveria desenvolver na criança os elementos do poder plantados pela natureza, fornecendo-lhe, os materiais de experiência necessários para o exercício dessas capacidades. Segundo Ferrari (2004), “Pestalozzi afirma que a função principal do ensino é levar as crianças a desenvolver suas habilidades naturais e inatas” (FERRARI, 2004, p. 36).
O mérito particular de Pestalozzi está em ter sido ele o primeiro a indicar o caminho prático para que estas idéias educativas pudessem ser realizadas. Uma vez que, o seu trabalho foi aplicar o ideário à escola, tentando organizar atividades apropriadas para o desenvolvimento intelectual e moral dos alunos. Pode se dizer que ele sintetizou a observação empírica e a reflexão filosófica, unindo teoria e prática na educação escolar (INCONTRI, 1997, p. 122).
Sendo assim, buscaremos neste trabalho discutir a seguinte questão: Como a teoria de Pestalozzi pode contribuir na prática de professores na obtenção de sucesso no ensino de ciências, relacionando teoria e prática? Segundo o PCN (1996), o ensino de ciências deve objetivar o desenvolvimento de competências no aluno “que lhe permitam compreender o mundo e atuar como indivíduo e como cidadão, utilizando conhecimentos de natureza científica e tecnológica” (PCN, 1996, p. 39). Para isso, a metodologia dos professores não deve se basear na simples memorização, como exemplifica BIZZO (1998). Assim, a teorização de Pestalozzi pode servir de contraponto a abordagem comum em muitas escolas no ensino dessa disciplina.
PROBLEMATIZAÇÃO
Neste tópico, buscamos apresentar uma situação de sala de aula, que se aproximasse da realidade das escolas, com base em nossa experiência como docentes e discentes. O que nos chamou atenção na situação foi o fato de que na escola, que era tida pela mãe de dois gêmeos como “puxada em ciências” (ou seja como tendo um bom ensino nesta área), a professora dos meninos, ao menos no trato do ar como objeto de conhecimento, trabalhou o assunto de forma dogmática. O que levou os alunos a decorarem nomes, sem saberem seus significados. Segue a narração do evento descrito por Nélio Bizzo (1998), “O ensino de ciências na escola”, que utilizaremos como situação problema.
O ENSINO DE CIÊNCIAS NAS ESCOLAS
Uma jovem mãe procura a professora logo após o término da primeira reunião de pais e mestres. Ela tinha gostado de ouvir o trabalho planejado para a quarta série e lhe adiantou que seus filhos, dois gêmeos muito parecidos, vinham de uma escola que, embora pequena, era muito “puxada em ciências”.
Não foi difícil para a professora identificar os filhos daquela senhora na sala de aula na manhã seguinte. Não fosse pelo fato de serem gêmeos, os únicos da classe, foram os que mais tentaram chamara a atenção para participar da aula de ciências. Num primeiro momento foi possível entender o que aquela senhora chamava de uma escola “puxada em ciências”. Discutiam a respeito do ar, e um deles logo se prontificou: “O ar é uma mistura de gases insípida, incolor e inodora”.
A professora pôde ver um pouco do mal provocado por um ensino que não se preocupa com o que se passa na mente do aluno, quando perguntou: “E o ar tem gosto?”. O garoto, perplexo, olhou para o irmão, procurando por alguma dica, e diante da falta de sucesso, admitiu desapontado: “Isso eu não aprendi, professora!” (BIZZO, 1998. p. 29).
Uma jovem mãe procura a professora logo após o término da primeira reunião de pais e mestres. Ela tinha gostado de ouvir o trabalho planejado para a quarta série e lhe adiantou que seus filhos, dois gêmeos muito parecidos, vinham de uma escola que, embora pequena, era muito “puxada em ciências”.
Não foi difícil para a professora identificar os filhos daquela senhora na sala de aula na manhã seguinte. Não fosse pelo fato de serem gêmeos, os únicos da classe, foram os que mais tentaram chamara a atenção para participar da aula de ciências. Num primeiro momento foi possível entender o que aquela senhora chamava de uma escola “puxada em ciências”. Discutiam a respeito do ar, e um deles logo se prontificou: “O ar é uma mistura de gases insípida, incolor e inodora”.
A professora pôde ver um pouco do mal provocado por um ensino que não se preocupa com o que se passa na mente do aluno, quando perguntou: “E o ar tem gosto?”. O garoto, perplexo, olhou para o irmão, procurando por alguma dica, e diante da falta de sucesso, admitiu desapontado: “Isso eu não aprendi, professora!” (BIZZO, 1998. p. 29).
O autor ao apresentar a seguinte passagem constrói uma crítica a realidade educacional brasileira, sua precariedade e os fatores que contribuem para sua manutenção. Cabe listar algumas dessas precariedades que devemos enfrentar tendo em vista sua superação: a opinião do aluno sobre os fenômenos naturais é considerada irrelevante no contexto da sala de aula; a forma de enunciar determinado princípio (modelo explicativo) é considerada mais importante que o conhecimento dos fenômenos aos quais ele se aplica; as contradições entre o conhecimento científico e o universo cultural do aluno são mediadas através da hierarquização do conhecimento, colocando-se o científico acima do cultural.
O quadro familiar,que temos exemplificado na citação de BIZZO (1998), é o da professora solicitando que os alunos copiem e memorizem textos onde a ciência é apresentada de forma caricatural, como se fosse apenas uma forma de articular a fala, que se caracteriza pelo uso de termos difíceis e implicações incompreensíveis. O aluno deve saber repetir enunciados rebuscados, sem saber exatamente para que servem e onde se aplicam, que muitas vezes contrariam suas próprias concepções.
Os conteúdos de ciências têm sido tratados de maneira lateral na escola elementar. São raros os professores que realmente desenvolvem conteúdos significativos na área de ciências nas primeiras séries do Ensino Fundamental. A seleção dos conteúdos, muitas vezes, reforça a posição secundária e lateral do currículo de ciências. Esses conteúdos são apresentados apenas como espécie de ornamento curricular. É preciso evitar listas de nomes a serem memorizados, classificações estereotipadas. É essencial que o conteúdo desenvolvido seja pertinente, socialmente relevante e acessível ao aluno, considerando-se a faixa etária a que se destina. Professor e aluno devem encontrar conteúdos que permitam uma exploração inteligente da ciência e dos fenômenos estudados. A criança deve ser vista como aprendiz inteligente, capaz de entender e criticar o conhecimento científico dentro das características próprias da idade.
O quadro familiar,que temos exemplificado na citação de BIZZO (1998), é o da professora solicitando que os alunos copiem e memorizem textos onde a ciência é apresentada de forma caricatural, como se fosse apenas uma forma de articular a fala, que se caracteriza pelo uso de termos difíceis e implicações incompreensíveis. O aluno deve saber repetir enunciados rebuscados, sem saber exatamente para que servem e onde se aplicam, que muitas vezes contrariam suas próprias concepções.
Os conteúdos de ciências têm sido tratados de maneira lateral na escola elementar. São raros os professores que realmente desenvolvem conteúdos significativos na área de ciências nas primeiras séries do Ensino Fundamental. A seleção dos conteúdos, muitas vezes, reforça a posição secundária e lateral do currículo de ciências. Esses conteúdos são apresentados apenas como espécie de ornamento curricular. É preciso evitar listas de nomes a serem memorizados, classificações estereotipadas. É essencial que o conteúdo desenvolvido seja pertinente, socialmente relevante e acessível ao aluno, considerando-se a faixa etária a que se destina. Professor e aluno devem encontrar conteúdos que permitam uma exploração inteligente da ciência e dos fenômenos estudados. A criança deve ser vista como aprendiz inteligente, capaz de entender e criticar o conhecimento científico dentro das características próprias da idade.
REFERENCIAL TEÓRICO
O pensamento fundamental de Pestalozzi ergue-se em favor de uma reforma social que surgiria através da educação. Por isso o autor elaborou métodos visando um novo processo de desenvolvimento que resultaria na reforma moral e intelectual do povo. Pestalozzi foi um grande adepto da educação pública e para os menos favorecidos (pobres, deficientes, indigentes, etc). Por ser discípulo de Rosseau, foi influenciado pelo movimento naturalista, e dessa maneira, acreditava que a educação era uma herança natural do indivíduo, conseqüentemente, um direito de todos. Para ele a educação se faz através do desenvolvimento natural, progressivo e harmonioso de todos os poderes e faculdades do ser humano.
“Uma educação perfeita é para mim simbolizada por uma árvore plantada perto de águas fertilizantes. Uma pequena semente que contém o germe da árvore, sua forma e suas propriedades é colocada no solo. A árvore inteira é uma cadeia interrupta de partes orgânicas cujo plano existia na semente e na raiz. O homem é como árvore. ... A educação do homem é um resultado puramente moral. Não é o educador que lhe dá novos poderes e faculdades, mas lhe fornece alento e vida. Ele cuidará apenas de que nenhuma influência desagradável traga distúrbios à marcha do desenvolvimento da natureza”. (PESTALOZZI, apud MONROE, 1968, p. 284).
Assim, os elementos dos poderes plantados pela natureza deveriam se desenvolver na criança através da educação. O desenvolvimento orgânico, como é chamado pelo autor, abrangeria o desenvolvimento moral, intelectual e físico da natureza da criança. Pestalozzi propõe, a partir dessas bases, a educação integral focada nas potencialidades do indivíduo, e dessa forma, para ele:
“Apenas se nos desenvolvemos no sentido de abarcar a realidade, com todas as ferramentas de que dispomos em nós mesmos (sentidos físicos, razão, sentimento), é que podemos chegar a compreender a ordem universal da natureza” (INCONTRI, 1997, p. 102).
O amor, a percepção e a linguagem são princípios básicos para a metodologia de Pestalozzi (INCONTRI, 1997, p. 26). O autor acredita que todas as relações são regradas pelo amor, e que Deus se manifesta pelo amor. Sendo assim, o homem deveria buscar a sua origem divina, assemelhando-se à Deus, agindo sempre com amor.
Pestalozzi acreditava que a relação professor-aluno, por exemplo, deveria ser regulada pelo amor. Devido a este fato, a escola deveria ser harmoniosa como uma família, como se fosse um lar. Para o autor, a família, e sobretudo as mães, eram a base de toda a educação, pois o vínculo familiar seria o contato, primeiro e direto, da criança com o amor divino (INCONTRI, 1997, p. 93). O amor deveria estar presente também no respeito à individualidade do aluno. O mestre não deve julgá-lo ou criticá-lo durante a aprendizagem. Além disso, o ensino não deveria ser uma exposição dogmática desvinculada da realidade próxima do aluno, de seu mundo concreto.
“(...) a própria vontade de aprender, o próprio estímulo de formar o espírito no conhecimento – que na educação pestalozziana deve ser espontâneo, ativo e com grande cota de entusiasmo (...) – brota desse impulso de amor e é por ele canalizado com uma finalidade útil ao próprio sujeito e à sociedade” (INCONTRI, 1997, p. 98)
A educação, para o autor, começa com a percepção de objetos concretos, o desempenho de ações e experiências de respostas emocionais reais. O desenvolvimento deve acontecer de forma gradativa, ou seja, o ensino deve começar pelo elemento mais simples e proceder gradualmente de acordo com o desenvolvimento da criança.
“Eu era inteiramente contrário a solicitar o julgamento das crianças aparentemente maduro antes do tempo, a respeito de qualquer assunto, mas preferia contê-lo ao máximo, até que elas tivessem realmente visto, com seus próprios olhos, o objeto sobre o qual deveriam se manifestar” (PESTALOZZI apud EBY, 1970, p. 387).
O método pedagógico era baseado em trabalhar os interesses naturais do aluno, de acordo com a evolução de suas capacidades, afim de:
“não impedí-la de aprender se ela estiver pronta e, por outro, não sobrecarregá-la e confundí-la com coisa alguma para qual ela não esteja completamente preparada.”(PESTALOZZI apud EBY, 1970, p. 388, grifo nosso).
Como reflexo dos métodos pestalozzianos podemos citar o cálculo mental, métodos silábicos e fonéticos na linguagem, e o estudo de geografia e da natureza em contato direto com o ambiente natural. Outro reflexo do método está nos livros didáticos, que organizam os conteúdos dentro do livro, ou dentro de coleções, de forma gradativa. Enfatiza-se, no entanto, que alguns procedimentos didáticos adotados por Pestalozzi são um reflexo de uma evolução pedagógica que remete à Comenius (INCONTRI, 1997, p. 22).
“Uma educação perfeita é para mim simbolizada por uma árvore plantada perto de águas fertilizantes. Uma pequena semente que contém o germe da árvore, sua forma e suas propriedades é colocada no solo. A árvore inteira é uma cadeia interrupta de partes orgânicas cujo plano existia na semente e na raiz. O homem é como árvore. ... A educação do homem é um resultado puramente moral. Não é o educador que lhe dá novos poderes e faculdades, mas lhe fornece alento e vida. Ele cuidará apenas de que nenhuma influência desagradável traga distúrbios à marcha do desenvolvimento da natureza”. (PESTALOZZI, apud MONROE, 1968, p. 284).
Assim, os elementos dos poderes plantados pela natureza deveriam se desenvolver na criança através da educação. O desenvolvimento orgânico, como é chamado pelo autor, abrangeria o desenvolvimento moral, intelectual e físico da natureza da criança. Pestalozzi propõe, a partir dessas bases, a educação integral focada nas potencialidades do indivíduo, e dessa forma, para ele:
“Apenas se nos desenvolvemos no sentido de abarcar a realidade, com todas as ferramentas de que dispomos em nós mesmos (sentidos físicos, razão, sentimento), é que podemos chegar a compreender a ordem universal da natureza” (INCONTRI, 1997, p. 102).
O amor, a percepção e a linguagem são princípios básicos para a metodologia de Pestalozzi (INCONTRI, 1997, p. 26). O autor acredita que todas as relações são regradas pelo amor, e que Deus se manifesta pelo amor. Sendo assim, o homem deveria buscar a sua origem divina, assemelhando-se à Deus, agindo sempre com amor.
Pestalozzi acreditava que a relação professor-aluno, por exemplo, deveria ser regulada pelo amor. Devido a este fato, a escola deveria ser harmoniosa como uma família, como se fosse um lar. Para o autor, a família, e sobretudo as mães, eram a base de toda a educação, pois o vínculo familiar seria o contato, primeiro e direto, da criança com o amor divino (INCONTRI, 1997, p. 93). O amor deveria estar presente também no respeito à individualidade do aluno. O mestre não deve julgá-lo ou criticá-lo durante a aprendizagem. Além disso, o ensino não deveria ser uma exposição dogmática desvinculada da realidade próxima do aluno, de seu mundo concreto.
“(...) a própria vontade de aprender, o próprio estímulo de formar o espírito no conhecimento – que na educação pestalozziana deve ser espontâneo, ativo e com grande cota de entusiasmo (...) – brota desse impulso de amor e é por ele canalizado com uma finalidade útil ao próprio sujeito e à sociedade” (INCONTRI, 1997, p. 98)
A educação, para o autor, começa com a percepção de objetos concretos, o desempenho de ações e experiências de respostas emocionais reais. O desenvolvimento deve acontecer de forma gradativa, ou seja, o ensino deve começar pelo elemento mais simples e proceder gradualmente de acordo com o desenvolvimento da criança.
“Eu era inteiramente contrário a solicitar o julgamento das crianças aparentemente maduro antes do tempo, a respeito de qualquer assunto, mas preferia contê-lo ao máximo, até que elas tivessem realmente visto, com seus próprios olhos, o objeto sobre o qual deveriam se manifestar” (PESTALOZZI apud EBY, 1970, p. 387).
O método pedagógico era baseado em trabalhar os interesses naturais do aluno, de acordo com a evolução de suas capacidades, afim de:
“não impedí-la de aprender se ela estiver pronta e, por outro, não sobrecarregá-la e confundí-la com coisa alguma para qual ela não esteja completamente preparada.”(PESTALOZZI apud EBY, 1970, p. 388, grifo nosso).
Como reflexo dos métodos pestalozzianos podemos citar o cálculo mental, métodos silábicos e fonéticos na linguagem, e o estudo de geografia e da natureza em contato direto com o ambiente natural. Outro reflexo do método está nos livros didáticos, que organizam os conteúdos dentro do livro, ou dentro de coleções, de forma gradativa. Enfatiza-se, no entanto, que alguns procedimentos didáticos adotados por Pestalozzi são um reflexo de uma evolução pedagógica que remete à Comenius (INCONTRI, 1997, p. 22).
CONCLUSÃO
A TEORIZAÇÃO DE PESTALOZZI E O ENSINO DE CIÊNCIAS NA ESCOLA
Pestalozzi, como procuramos demonstrar no Referencial Teórico, acredita que a Educação do ser humano deve se dar de forma natural, progressiva e harmoniosa. Na situação problema pudemos perceber que a professora de ciências da escola na qual os gêmeos estudavam tratou, naquele momento, o conhecimento de forma dogmática, ou seja, como ‘pronto e acabado’, desconsiderando todo o processo que faz daquele, um conhecimento. Inspiradas por Pestalozzi, nos perguntamos: de que adianta que as crianças saibam nomes difíceis, mas vazios de significado? Afinal, a criança sabe ou não sabe? Acreditamos que não.
Pestalozzi propõe o Conhecimento Orgânico, natural. Como procuramos mostrar no Referencial Teórico, a Educação é vista por ele como “uma árvore plantada perto de águas fertilizantes” (PESTALOZZI apud MONROE, 1968, P. 284). O conhecimento é visto como já existente no homem, como uma semente que já lhe foi plantada. Cabendo ao educador o papel de um jardineiro que este cuida para as intemperanças do jardim não atrapalhem que a semente brote e se desenvolva. O educador deve, para o autor, proceder assim, propiciando que a semente existente em cada um cresça a seu próprio tempo, experimentando, vivenciando, seu próprio mundo. Por isso, o ensino para Pestalozzi deve ser progressivo e também intuitivo, respeitando este desenvolvimento natural.
O aprendiz, em primeiro lugar precisa ter interesse por aquilo que irá aprender. Precisa, também logo de início, ter contato concreto com seu objeto de estudo, no caso dos gêmeos o ar, para que suas primeiras impressões sejam baseadas na observação de fatos, partindo do que lhe é concreto, para o abstrato. Devemos chamar atenção para o fato de que o ar é algo com o que temos contato naturalmente, e que justamente por isso, nos passa despercebido, cabendo ao professor, neste sentido, a desnaturalização e problematização do que será estudado.
Nesta situação, acreditamos que Pestalozzi proporia que o mestre levasse seus alunos em diferentes ambientes para que eles sentissem o ar e procurassem perceber se ele tem gosto, cor e cheiro (insípida, incolor e inodora). Começando pela observação destes itens, sempre com o apoio e direcionamento do professor, e partindo para a discussão dos pontos de vista dos alunos. Para, a partir do confronto do que cada um disse, chegar a uma conclusão comum, que será compatível com o nível de desenvolvimento da turma. Atividades instigantes, problemas realistas, proposições de projetos de investigação, atividades em grupo, enquetes, dramatizações, debates, exposição de trabalhos incetivam a troca de idéias, a tolerância e a valorização daquilo que os alunos já sabem.
Para Pestalozzi, o aprendizado inicia pela percepção através do que se apreende com os cinco sentidos (audição, olfato, paladar, tato, visão), para que estas percepções sejam o conteúdo das reflexões abstratas. Para ele, essas reflexões de nível intelectual abstrato se dão por meio da linguagem, mas esta só poderia ser adquirida a partir das aquisições presentes na vivência concreta. No caso, os gêmeos do nosso exemplo, antes de aprender ‘termos técnicos’, conhecimentos já dogmatizados, precisariam apenas sentir, com criticidade, o objeto de conhecimento, o ar.
O ponto de partida para o desenvolvimento do saber do aluno, numa perspectiva educacional, deve ser, tanto quanto possível, o conhecimento que o aluno já tem do mundo e dos fenômenos que conhece. Muitos desses conhecimentos são elaborações originais de sua mente, outros foram induzidos pelo convívio social. Em ambos os casos, eles devem ser referência básica a partir da qual procura-se caminhar progressivamente em direção ao saber científico sistematizado.
Pestalozzi propõe o Conhecimento Orgânico, natural. Como procuramos mostrar no Referencial Teórico, a Educação é vista por ele como “uma árvore plantada perto de águas fertilizantes” (PESTALOZZI apud MONROE, 1968, P. 284). O conhecimento é visto como já existente no homem, como uma semente que já lhe foi plantada. Cabendo ao educador o papel de um jardineiro que este cuida para as intemperanças do jardim não atrapalhem que a semente brote e se desenvolva. O educador deve, para o autor, proceder assim, propiciando que a semente existente em cada um cresça a seu próprio tempo, experimentando, vivenciando, seu próprio mundo. Por isso, o ensino para Pestalozzi deve ser progressivo e também intuitivo, respeitando este desenvolvimento natural.
O aprendiz, em primeiro lugar precisa ter interesse por aquilo que irá aprender. Precisa, também logo de início, ter contato concreto com seu objeto de estudo, no caso dos gêmeos o ar, para que suas primeiras impressões sejam baseadas na observação de fatos, partindo do que lhe é concreto, para o abstrato. Devemos chamar atenção para o fato de que o ar é algo com o que temos contato naturalmente, e que justamente por isso, nos passa despercebido, cabendo ao professor, neste sentido, a desnaturalização e problematização do que será estudado.
Nesta situação, acreditamos que Pestalozzi proporia que o mestre levasse seus alunos em diferentes ambientes para que eles sentissem o ar e procurassem perceber se ele tem gosto, cor e cheiro (insípida, incolor e inodora). Começando pela observação destes itens, sempre com o apoio e direcionamento do professor, e partindo para a discussão dos pontos de vista dos alunos. Para, a partir do confronto do que cada um disse, chegar a uma conclusão comum, que será compatível com o nível de desenvolvimento da turma. Atividades instigantes, problemas realistas, proposições de projetos de investigação, atividades em grupo, enquetes, dramatizações, debates, exposição de trabalhos incetivam a troca de idéias, a tolerância e a valorização daquilo que os alunos já sabem.
Para Pestalozzi, o aprendizado inicia pela percepção através do que se apreende com os cinco sentidos (audição, olfato, paladar, tato, visão), para que estas percepções sejam o conteúdo das reflexões abstratas. Para ele, essas reflexões de nível intelectual abstrato se dão por meio da linguagem, mas esta só poderia ser adquirida a partir das aquisições presentes na vivência concreta. No caso, os gêmeos do nosso exemplo, antes de aprender ‘termos técnicos’, conhecimentos já dogmatizados, precisariam apenas sentir, com criticidade, o objeto de conhecimento, o ar.
O ponto de partida para o desenvolvimento do saber do aluno, numa perspectiva educacional, deve ser, tanto quanto possível, o conhecimento que o aluno já tem do mundo e dos fenômenos que conhece. Muitos desses conhecimentos são elaborações originais de sua mente, outros foram induzidos pelo convívio social. Em ambos os casos, eles devem ser referência básica a partir da qual procura-se caminhar progressivamente em direção ao saber científico sistematizado.
GLOSSÁRIO
INTUIÇÃO:
A percepção da natureza através dos sentidos permite intuir, construir hipóteses acerca da realidade experienciada e confrontá-las com suas vivências anteriores. Dessa forma o autor revela uma crença ilimitada na autonomia individual pela busca da verdade.
Para Pestalozzi, a intuição representa a face individual e intransferível de toda a apreensão do mundo. Segundo Incontri:
“é preciso perceber, sentir, ouvir, captar, olhar, apalpar, verificar, cheirar, se apossar dos objetos com o deslumbramento e a calma necessários, partindo sempre da realidade mais próxima para depois alargá-la” (INCONTRI, 1997, p. 101).
Para Pestalozzi, a intuição representa a face individual e intransferível de toda a apreensão do mundo. Segundo Incontri:
“é preciso perceber, sentir, ouvir, captar, olhar, apalpar, verificar, cheirar, se apossar dos objetos com o deslumbramento e a calma necessários, partindo sempre da realidade mais próxima para depois alargá-la” (INCONTRI, 1997, p. 101).
MÉTODO INTUITIVO:
As principais bases do método pestalozziano, essências na educação moral, são o amor, a percepção e a linguagem (INCONTRI, 1997, p. 26). O autor recomenda aos educadores que eduquem com amor, um amor pedagógico, vidente e esclarecido,
“capaz de reconhecer no homem seus aspectos em conflito, sua fragilidade e sua multiplicidade, e, ao mesmo tempo não perder de vista sua unidade essencial” (INCONTRI, 1997, p. 95).
O amor é caracterizado como materno e cristão devendo o educador seguir essas bases no processo de ensino-aprendizagem por ele empreendido.
Ainda segundo Incontri, a percepção e a linguagem são procedimentos não estanques, mas aparecem numa ordem encadeada, partindo-se de percepções, observações diretas da realidade. A linguagem, etapa posterior, permite a análise, detalhamento e organização das percepções, assim, o pensamento avança para a síntese, estendendo os conceitos de forma clara e coerente.
“capaz de reconhecer no homem seus aspectos em conflito, sua fragilidade e sua multiplicidade, e, ao mesmo tempo não perder de vista sua unidade essencial” (INCONTRI, 1997, p. 95).
O amor é caracterizado como materno e cristão devendo o educador seguir essas bases no processo de ensino-aprendizagem por ele empreendido.
Ainda segundo Incontri, a percepção e a linguagem são procedimentos não estanques, mas aparecem numa ordem encadeada, partindo-se de percepções, observações diretas da realidade. A linguagem, etapa posterior, permite a análise, detalhamento e organização das percepções, assim, o pensamento avança para a síntese, estendendo os conceitos de forma clara e coerente.
PERCEPÇÃO:
A percepção é o contato direto com as diversas experiências que cada aluno deve concretamente realizar no próprio meio. Antes de se teorizar, seria necessário intuir e perceber o ambiente, ter experiência, ter observado, ter vivido. De acordo com Incontri, Pestalozzi trata dois tipos de percepção: a interior e a exterior.
A percepção exterior é a mera percepção dos objetos exteriores por meio dos sentidos. É lenta e equilibrada.
Já a percepção interior é a apreensão do sujeito por si mesmo. Seu caráter está nos planos sensoriais, afetivo-moral e intelectual.
“Pondo em ação os sentidos físicos, naturalmente o sujeito toma consciência de seu corpo, de suas capacidades físicas; sendo amado e amando, tem acesso ao ser moral; e, representando as sensações físicas e os sentimentos da alma, compreendendo-as, relacionando-as, vê-se com razão, inteligência” (INCONTRI, 1997, p. 102).
A percepção exterior é a mera percepção dos objetos exteriores por meio dos sentidos. É lenta e equilibrada.
Já a percepção interior é a apreensão do sujeito por si mesmo. Seu caráter está nos planos sensoriais, afetivo-moral e intelectual.
“Pondo em ação os sentidos físicos, naturalmente o sujeito toma consciência de seu corpo, de suas capacidades físicas; sendo amado e amando, tem acesso ao ser moral; e, representando as sensações físicas e os sentimentos da alma, compreendendo-as, relacionando-as, vê-se com razão, inteligência” (INCONTRI, 1997, p. 102).
SENSORIAL:
Diz respeito às sensações proporcionadas pela visão, audição, olfato, tato e paladar. Essas sensações são para Pestalozzi, como mostra Incontri, a base de todo o processo de conhecimento do ser humano. Permitem ao homem explorar e se apropriar de toda a realidade. As sensações levam a uma interioridade e introspecção promovedoras de uma visão lúcida do mundo, de contato íntimo com Deus, manifestada em poucas palavras, mas plena de significado.
SENTIDOS:
Incontri descreve os sentidos como cada uma das formas de receber sensações, segundo os órgãos específicos do corpo. É através dos cinco sentidos que se dá o processo de percepção, é o meio pelo qual o homem tem acesso à realidade exterior e à sua própria realidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BIZZO, Nélio Marco Vicenzo. Ciências: fácil ou difícil?. 2ª.ed. São Paulo: Ática, 1998.
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: ciências naturais. Brasília: MEC/SEF, 1997.
CAMBI, Franco. História da Pedagogia. São Paulo: UNESP, 1999.
EBY, Frederick. Pestalozzi e o movimento da escola elementar. in:______. História da Educação Moderna: Teorias e práticas educacionais (séc. XVI – séc. XX). Porto Alegre: Globo. 1970.
FERRARI, Márcio. Johan Heinrich Pestalozzi: o teórico que incorporou o afeto à pedagogia. Revista Nova Escola. 2004. Ano: XIX (abr) nº 171. p. 171.
INCONTRI, Dora. Pestalozzi: Educação e ética. São Paulo: Scipione. 1997.
LUZURIAGA, Lorenzo. História da Educação e da Pedagogia. São Paulo: Nacional. 1978. 10ª ed. (Coleção Atualidades Pedagógicas, vol. 59).
MONROE, Paul. História da Educação. 7ª ed. São Paulo: Nacional. 1968.
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: ciências naturais. Brasília: MEC/SEF, 1997.
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FERRARI, Márcio. Johan Heinrich Pestalozzi: o teórico que incorporou o afeto à pedagogia. Revista Nova Escola. 2004. Ano: XIX (abr) nº 171. p. 171.
INCONTRI, Dora. Pestalozzi: Educação e ética. São Paulo: Scipione. 1997.
LUZURIAGA, Lorenzo. História da Educação e da Pedagogia. São Paulo: Nacional. 1978. 10ª ed. (Coleção Atualidades Pedagógicas, vol. 59).
MONROE, Paul. História da Educação. 7ª ed. São Paulo: Nacional. 1968.

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